quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Desvendar o barroco em Marcia Milhazes

Dias 8 e 9 de março


A oficina tem por objetivo começar a desvendar a complexidade do modo de compor da artista carioca Marcia Milhazes tomando como via de acesso o espetáculo mais recente da companhia que ela dirige, chamado “Guarde-me”, analisado pela ministrante desta oficina em tese de doutorado defendida em dezembro de 2018, no Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica. Trata-se de um convite para aprofundarmos um tema que se desdobra em diversos outros assuntos pertinentes ao campo da criação artística e cultural: uma pérola, joia barroca, pode nos dizer, se alinharmos a escuta, a respeito de lugar de fala, de América Latina, de complexidade e resiliência.

Sobre a ministrante: Luiza Rosa co-fundou o Conectivo Corpomancia, em 2008. Sua formação acadêmica é em Jornalismo (UFMS), tendo cursado mestrado e doutorado em Comunicação e Semiótica, na PUC de São Paulo.

Local: Teatral Grupo de Risco
Horário: 19h às 22h
Valor: R$ 50,00

domingo, 17 de fevereiro de 2019

A Corporeidade da voz

Uma investigação sobre a expressividade vocal.

O workshop propõe um breve experienciar das possibilidades expressivas na relação corpo-vóz. Pensar o percurso da produção de imagens e sentidos da fala. De onde, por onde e pra onde?

Ministrante: Arce Correia
Local: Teatral Grupo de Risco (Rua José Antônio, 2170. Campo Grande MS) 
Data: De 25 a 27 de fevereiro 2019
Horário: 18:00 às 22:00
Investimento: R$ 120,00
Aula avulsa: R$ 40,00
Público: Quem quiser e puder 
Informações: 011941277289
Inscrições: Enviar carta de intenção para atorarcecorreia@gmail.com 

Arce Correia é um artista sul-mato-grossense que estuda e se dedica a arte da cena há mais de 20 anos. Intérprete criador e inquieto, busca a pluralidade de atuação e formação no teatro, canto, dança, cinema, poesia e mais recentemente tem enveredado pelo vasto campo da escrita e composição músical. É membro do Teatral Grupo de Risco desde 1999 e em busca de aperfeiçoamento na formação e experiência se mudou para São Paulo em 2011, onde se formou na Escola de Arte Dramática ECA-USP e também cursou bacharelado e licenciatura em teatro pela Universidade Anhembi Morumbi. Atua e investiga a performatividade humorística desde o ano 2000 com sua personagem Maria Quitéria.

Artista que nasceu em Santa Cruz de la Sierra - Bolívia, Roma Román, vive no Brasil desde a década de 60 e se dedica às artes, mais especificamente ao teatro, desenvolvendo diversas atividades estruturais no feitio e manutenção do trabalho e formação do ator. Formada em psicologia pela UFMS aliou sua formação academia à arte tornando mais ampla a investigação do indivíduo e sua atuação em conjunto na sociedade. É membro do Teatral Grupo de Risco há mais de 25 anos desenvolvendo atividades de preparação de atores, direção e atuação. Seu papel dentro do grupo vai além do aparente direcionar cenas, ela rege silenciosamente as estruturas fundamentais do entendimento e desenvolvimento dos atores como coautores e criadores.


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Setor cultural diz que é necessário entender que economia da cultura é lucrativa

Produtoras muitas vezes dependem de investimentos estatais, mas estudos mostram que impacto econômico frequentemente é vantajoso; Petrobras estuda cortar patrocínios

É preciso entender e informar que o investimento em cultura é lucrativo: essa foi a principal reação do setor cultural à notícia de que a Petrobras estuda romper contratosfirmados nos governos anteriores, principalmente com grandes grupos de teatro e cinema e com a imprensa profissional. A decisão final da empresa deve ser anunciada no próximo dia 12, quando ocorrerá nova reunião para decidir a dimensão das mudanças.

Via Twitter, o presidente Jair Bolsonaro disse que os incentivos em cultura não devem estar a cargo da petrolífera estatal. “Determinei a reavaliação dos contratos. O Estado tem maiores prioridades”, escreveu na rede social.

Para o sócio-diretor da consultoria JLeiva Cultura & Esporte, João Leiva, interromper os patrocínios seria "um erro histórico".

"Além do impacto positivo na produção e desenvolvimento do setor cultural, a empresa tem um excelente recall como patrocinador de cultura no Brasil", explica o consultor. Na Pesquisa JLeiva Cultura nas Capitais, de 2018, a empresa aparece em 3º lugar no ranking das marcas mais lembradas pela população no apoio à cultura. 

"É a única de fora do setor financeiro no top 5. E é a mais lembrada na cidade do Rio de Janeiro. Ou seja, o investimento não é feito a 'fundo perdido' (sem expectativa de retorno), pois é importante para o setor e eficiente para a construção da imagem da empresa", diz Leiva.

O consultor lembra que é comum entre empresas petrolíferas o apoio à cultura. "Os patrocínios da Petrobras (mencionados na reportagem) são de projetos de longo prazo, de grande impacto e relevância em diferentes áreas da cultura. São iniciativas extremamente reconhecidas, que contaram com a Petrobras em sua consolidação e, hoje, projetam uma imagem de excelência do Brasil e da empresa no exterior."

O diretor presidente da Associação Casa Azul, responsável pela produção da Festa Literária Internacional de Paraty, Mauro Munhoz, afirma que é necessário “entender que o investimento correto e estratégico em cultura tem impacto imediato na economia”.

Um estudo da Fundação Getúlio Vargas, encomendado pelo Ministério da Cultura em 2018, mostrou que a 16.ª edição da Festa gerou um retorno econômico de R$ 47 milhões, além de R$ 4,7 milhões em impostos. O investimento público no mesmo evento, diretamente ou via Lei Rouanet, foi de apenas R$ 3 milhões, segundo o mesmo estudo. A Flip também foi responsável pela criação de 1,3 mil empregos, de forma direta ou indireta.


Em 2018, Flip teve um impacto de R$ 47 milhões com investimento estatal de R$ 3 milhões Foto: Felipe Rau/Estadão

Munhoz classificou a possibilidade de que a Petrobras, parceira da Flip ao longo dos anos, interromperia os patrocínios como “muito ruim”. “Evidente que o mundo da cultura tem uma série de prerrogativas, como conservar o patrimônio imaterial, construir identidades e a imagem do Brasil lá fora, etc. Mas se levar em conta só a questão tributária, a economia da cultura já é supervitária.”

A Flip participa do edital lançado no fim de 2018 pela petrolífera, que pretende apoiar com até R$ 10 milhões festivais culturais pelo País.

O escritor Joca Reiners Terron foi contemplado duas vezes pelo Petrobras Cultural de Criação Literária, em 2007 e 2012, e acredita que “dificilmente” teria escrito seus livros sem esse apoio. “Assim como dezenas de outros escritores que receberam o mesmo apoio também não teriam tido uma pausa em suas respectivas obrigações profissionais ligadas à sobrevivência econômica para escrever.”

Na quarta-feira, 6, alguns dos principais grupos patrocinados pela Petrobras, como A Companhia de Dança Deborah Colker, o grupo teatral Galpão, a Orquestra Petrobrás Sinfônica e o Grupo Corpo, disseram esperar não sofrer mudanças no patrocínio imediatamente, porque há contratos firmados até 2020.

O diretor executivo de Cia. Deborah Colker, João Elias, acredita que um dos motivos das mudanças programadas é resquício do período eleitoral. “Ainda não se desarmou o espírito de briga que polarizou a campanha do ano passado.”

Outro evento patrocinado pela empresa é o festival de cinema de animação Anima Mundi. Estudo da FGV encomendado pelo Ministério da Cultura em 2018 mostrou que, com um investimento de R$ 3 milhões, o Anima Mundi gerou impacto econômico total de R$ 26,9 milhões na economia do País.

A reportagem buscou outras produtoras culturais para comentar a possibilidade de que os patrocínios e incentivos da culturais sejam interrompidos. Algumas empresas preferiram não se manifestar, como a Time For Fun (produtora do Lollapalooza Brasil e de vários outros grandes shows e espetáculos ao longo do ano) e o Itaú Cultural (que nunca recebeu incentivos da Petrobras e já não utiliza a Lei Rouanet). A direção do Anima Mundi, festival de cinema de animação patrocinado pela petrolífera, não foi localizada.
FGV mede impacto dos patrocínios culturais

A Fundação Getulio Vargas apresentou no fim de 2018, no evento Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MicBR), o método utilizado para mensurar o impacto econômico de eventos culturais. Entre as variáveis analisadas pela Fundação, estão tributos gerados pelo investimento público, geração do empregos, potencial de expansão, número de turistas atraídos pelos eventos, e outras. O estudo mostrou que para cada real investido em eventos culturais selecionados pelo MinC (como a Flip, Anima Mundi, Carnaval, Game XP e outros) houve um retorno de R$ 13.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Inscrições para oficina sobre a linguagem do bufão estão abertas até domingo

O riso pode estar presente no medo, no caos, no horror, no humor, no grotesco, no sublime e na loucura. Para investigar e descobrir os mecanismos no riso e do cômico será ministrada em Campo Grande o curso "Linguagens do Bufão", ministrado pela atriz, diretora e pesquisadora Joice Aglae Brondani.


A oficina é uma ação do projeto "Bufões", da Cia. Transborda, contemplado com recursos do Fomteatro (Programa Municipal de Fomento ao Teatro), oriundos da Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo).

Ela é voltada para atores e bailarinos com experiência e proporcionará aos integrantes investigar os mecanismos do riso em suas múltiplas facetas, trabalhar o corpo grotesco, desenvolver as linguagens utilizadas pelo bufão, descobrir uma nova possibilidade física e discurso na construção do corpo e da voz.

Durante a oficina os participantes serão conduzidos através de experiências físicas à busca da carnavalização, da alegoria, da chacota, do escárnio, da ironia, da festa, do humor, da histeria, do terror e da crueldade, pois, segundo a pesquisa de Joice, o riso tem sua faceta cruel quando direcionado à exposição de um alvo.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através do email ciatransborda@hotmail.com até o dia 10 de fevereiro. Os interessados devem enviar um breve currículo com seus trabalhos e uma carta de intenção. A oficina será nos dias 14 e 15 de fevereiro, das 18h às 22h, e os alunos que forem fazer a oficina devem utilizar roupas confortáveis e maleáveis, como as para a prática de esportes ou dança.

Ministrante

Joice é atriz e diretora, formada em Direção Teatral pela UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), em 2000 e, desde então, desenvolve pesquisa acadêmica voltada para a comicidade.

Atualmente é pós-doutora pelos programas de pós-graduação em Artes Cênicas da UFBA (Universidade Federal da Bahia), e Artes da UFU (Universidade Federal de Uberlândia). Também é professora adjunta da Escola de Teatro da UFBA. Ela fundou a Cia Buffa de Teatro, onde é atriz e diretora e desenvolve pesquisa e trabalhos com a linguagem do bufão. Confira o currículo completo de Joice através do link.

Os métodos utilizados no curso são baseados em estudos da própria ministrante, desenvolvidos durante seus anos de formação em Máscara (clown, commedia dell’arte e bufão), com conceitos baseados em diversos autores, como George Minois, Léo Bassi, Dario Fo e George Balandier.

Cia. Transborda

A Cia. Transborda é uma companhia de pesquisa e criação teatral idealizada pela atriz Tauanne Gazoso, que busca criar conexões com outras linguagens da cena.

Durante a oficina será iniciado o processo de criação e montagem do espetáculo da companhia, que terá direção e dramaturgia de Joice Aglae e no elenco atuam a idealizadora do grupo, Tauanne Gazoso e Jorge de Barros (ator convidado). O espetáculo tem previsão de estrear no final do semestre.

Serviço - O Teatral Grupo de Risco fica na rua José Antônio, 2170, Jardim dos Estados. As inscrições são gratuitas.