Resistência Urbana e Cultural de Campo Grande, MS!
A crise na política cultural do município de Campo Grande é resultado da desorganização e incompetência dos poderes Legislativo e Executivo que produz reflexos negativos na sociedade e que começamos agora a sentir com mais intensidade.
No contexto da crise financeira da Prefeitura, a Cultura é vista como algo acessório, descartável, sendo o setor que mais sofre com os “cortes” de recursos públicos por conta da má gestão de nossos administradores.
A política cultural desenvolvida pelo governo municipal e estadual é elaborada por setores de uma classe social e economicamente dominante, que privilegiam os “negócios” e as “máfias” da cultura de massas, em detrimento de incontáveis artistas e produções regionais que vivem hoje à margem de qualquer apoio do poder público.
Outra questão é o ataque ao princípio constitucional do “Estado Laico” praticado pela Prefeitura de Campo Grande. É perceptível que interesses religiosos de Igrejas Evangélicas vêm determinando a política cultural do município. Num Estado Laico os recursos públicos não podem ser direcionados de forma discricionária para uma determinada organização religiosa, seja qual for.
A desvalorização da cultura indígena e negra é acompanhada de um preconceito criminoso que julga o diferente, a “outra cultura”, como algo de menor importância.
O racismo ainda compõe a ideologia do poder dominante regional, que é contra a demarcação das terras indígenas, e que defende a lógica, INCONSTITUCIONAL, de “aculturação” e de “integração” dos povos indígenas na cultura branca, europeia e capitalista.
Somos um país multiétnico, multicultural, multilinguístico e multireligioso. Essa diversidade caracteriza a cultura do Brasil e de Mato Grosso do Sul!
O Coletivo Terra Vermelha (CTV) se posiciona em defesa desses princípios fundamentais e defende radicais mudanças na atual política cultural praticada pela Prefeitura e pela Câmara Municipal de Campo Grande!
Campo Grande, MS, 18 de setembro de 2014.
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